CURSO FORMAÇÃO
CONTINUADA
MÓDULO INTERMEDIÁRIO
Tutora: Lidiane de Almeida Pena Silva
Cursista:
Maria Auxiliadora dos Santos
ATIVIDADE
3: Proposta de Intervenção Didática com Gêneros da Oralidade
Essa proposta de intervenção
foi planejada conjuntamente com o Professor Durval Gama, colega de trabalho do
Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães e cursista da turma do tutor Cláudio
Rogério do Nascimento Pinto.
GENERO
ORAL: Entrevista
1.
Introdução
Desde a Revolução Industrial
o mundo vem passando por grandes transformações tecnológicas, científicas e
culturais. A cada dia surgem novas descobertas, novas invenções, inovações e o
conhecimento vai se expandindo.
Foi nesse processo de
desenvolvimento tecnológico e científico que surgiu o rádio como um instrumento
de transmissão de informações variadas que até hoje sobrevive, apesar das novas
tecnologias que surgiram depois dele.
O rádio é usado no Brasil
desde a década de 1920. Foi utilizado na Revolução de 1932, como meio de
comunicação entre as tropas. E também como instrumento de divulgação do
movimento entre a população, nas emissoras normais. Por isso, Getúlio Vargas
procurou controlar essas transmissões, na época.
Nos dias modernos a rádio
passa a ser cogitada a ser usada nas escolas como um poderoso instrumento
pedagógico, onde os alunos e professores podem se apoderar para desempenhar
atividades variadas, tanto lúdicas quanto na discussão de temas transversais
como sexo, direitos e cidadania, violência, drogas, meio ambiente, cultura,
artes entre outros.
Desta forma as rádios
escolares se constituem em ferramentas alternativas para trabalhar com os
conteúdos escolares (conceituais, procedimentais e atitudinais) mapeados no
projeto pedagógico da escola. Os programas gravados ou transmitidos ao vivo
devem ser produzidos e veiculados em horários previamente acordados com a
direção, professores e estudantes, dentro do espaço e tempo escolar em que
ocorrem regularmente as atividades didático-pedagógicas. Muitos gêneros de
textos do ambiente discursivo radiofônico podem ser produzidos e reinventados
pelos estudantes.
2.Justificativa
As dificuldades no domínio da leitura e da
escrita pelos alunos têm sido apontadas como a responsável pelo fracasso
escolar, tanto no que se refere à dificuldade de propiciar aos alunos a
apropriação do código escrito da língua portuguesa como pelo fato de não se
conseguir levá-los ao uso apropriado dos padrões da linguagem escrita, condição
primordial para ampliar a sua competência discursiva. Assim, para que se operem
transformações significativas no ensino-aprendizagem, será necessário que se
faça um redimensionamento na forma de se trabalhar com a língua materna. Então,
devemos nos esforça na revisão das práticas de ensino da língua, na direção de
orientá-las para o trabalho com textos reais, ao invés de textos especialmente
construídos para o aprendizado da escrita, indicando os gêneros como objeto de
ensino. Nesse sentido, torna-se necessário que, na escola, se estudem os
gêneros escritos, mas também os orais, de forma a possibilitar a inserção dos
alunos nas práticas orais de uso da linguagem, principalmente se considerarmos
que a oralidade é a principal modalidade de comunicação utilizada por todos nós
quando interagimos e, por isso, deve ter seu lugar assegurado em sala de aula,
de forma a utilizar os conhecimentos anteriores do aluno como contribuição para
o processo de aprendizagem.
As novas reformulações do ensino pelo MEC
(Ministério da Educação e Cultura) nos apresentam alguns princípios e
orientações para o trabalho didático com os conteúdos, e um deles é a
utilização de textos orais na sala de aula. De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, ensinar a língua oral na escola “não significa
trabalhar a capacidade de falar em geral. Significa desenvolver o domínio dos
gêneros que apóiam a aprendizagem escolar da Língua Portuguesa e de outras
áreas (exposição, relatório de experiência, entrevista, debate, etc) e, também,
os gêneros da vida pública no sentido mais amplo do termo ...” (PCN,
1998:67-68/L.Port
Segundo Marcuschi (2003:25) “A oralidade
seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta
sob variadas formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai
desde uma realização mais informal à mais formal nos mais variados contextos de
uso.”
Levando em consideração o conceito de
Marcuschi e o que Possenti (1997:47) diz sobre o ensino de língua: “língua não
se ensina, aprende-se”, podemos deduzir que as pessoas internalizam as regras
da língua somente a partir do uso efetivo dela, devidamente contextualizada,
por isso, a escola pode proporcionar seqüências didáticas para o ensino do oral
em diversos gêneros a fim de que o aluno possa “treinar” seu desempenho oral e
aperfeiçoá-lo, já que ele domina a fala em sua estrutura mais básica (a que
permite a comunicação no meio familiar e social em que vive). Porém, só o uso
de uma oralidade coloquial, em situações restritas, não é suficiente para o
crescimento individual e nem para a inserção política efetiva do educando na
sociedade. É necessário, portanto, que a escola se ocupe desse aperfeiçoamento
da oralidade.
Neste sentido, buscou-se a participação dos
professores de Língua Portuguesa no suporte à realização das entrevistas que
serão realizadas buscando na Historia Oral resgatar a
histórica local e valorizar a cultura guardada na memória daqueles que de certa
forma ajudaram a construir o patrimônio cultural do nosso município.
A história oral é uma metodologia de
pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem
testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou
outros aspectos da história contemporânea. Começou a ser utilizada nos anos
1950, após a invenção do gravador, nos Estados Unidos, na Europa e no México, e
desde então se difundiu bastante.
Além do resgate histórico, a atividade
com entrevista visa valorizar a interação dos jovens com os idosos resgatando e
enriquecendo as trocas de experiências.
3. Objetivos
- Aprimorar a fala em situação de comunicação oral formal.
- Participar de uma
situação de comunicação oral formal.
- Reconhecer algumas das
características e funções de uma entrevista.
- Ampliar sua capacidade
de ler entrevistas.
- Possibilitar a ampliação de domínio do
gênero da oralidade;
- Exercitar o uso da tecnologia
para a mediação de conflitos e promoção de valores humanos e solidários na escola;
-
Resgatar a história local e valorizar a cultura
-
Preservar memória e identidade cultural
4. Material
Necessário
Computador com acesso à internet, gravador,cópias de entrevistas em vídeo em áudio e em papel (para leitura), fichas para sistematização, material para pesquisa sobre a nossa cidade.
5. Desenvolvimento
1ª Intervenção
-Compartilhando
os objetivos – 1 aula
Compartilhar os
objetivo da atividade (entrevista) com
os alunos - PARA QUE e O QUE - se vai realizar a entrevista: obter mais
informações da historia e da cultura da nossa cidade.
2ª Intervenção
-Definir o que se quer saber do entrevistado – 3 aulas
Uma vez definido os objetivos da entrevista, os estudantes devem
ser orientados para organizarem um
levantamento dos conhecimentos prévios sobre a história e manifestações culturais
de Alagoinhas. Cada grupo deve registrar
as informações em murais que devem ser expostos as sala de aula para
socialização.
3ª Intervenção
-Conhecer os vários aspectos de uma entrevista– 3 aulas
Colocar o grupo em contato com textos que expliquem o gênero oral- entrevista como também analisar vídeos,áudios e impressos que contenham entrevistas e técnicas da sua realização.Conhecer o papel do entrevistador.
4ª Intervenção
-Elaborando um roteiro para a entrevista –
3 aulas
Este é o momento da elaboração das perguntas que serão realizadas aos
entrevistados -“O que queremos saber”-. Deve-se eleger os blocos temáticos para
cada grupo e só depois elaborar as questões. Durante esta atividade, precisa
ser relembrado as características das boas entrevistas e os aspectos observados
quando foi realizada a análise das entrevistas. Após, cada grupo deve
apresentar a sua produção para a classe
para que todos possam fazer suas observações e dar suas sugestões. Construa o
roteiro final coletivamente.
5ª Intervenção
- Marcando a entrevista e definindo os papéis de cada
aluno na realização da entrevista – 1 aula
·
Elaborar roteiro
·
Agendar a entrevista
·
Definir o que precisará ocorrer na entrevista: fazer as
perguntas, gravar, acompanhar e assinalar numa lista as perguntas já feitas.
·
Definir quantos entrevistadores (pode haver vários, desde que as
perguntas sejam feitas de forma organizada e o ritmo da entrevista seja
mantido) e deverá haver pelo menos: uma pessoa responsável por operar o
gravador;
·
Eleger uma pessoa responsável por tomar notas sobre aspectos não
perceptíveis na gravação, como uma expressão facial ou um gesto que complementa
a fala, uma palavra não bem pronunciada; Uma pessoa que irá acompanhar a lista
das perguntas a fim de verificar se alguma pergunta ficou esquecida ou se seria
interessante incluir uma nova pergunta não prevista no roteiro.
6ª Intervenção
-Ensaio da entrevista – 2 aulas
Promover uma simulação: o professor será o entrevistado e os
alunos, os entrevistadores. Nessa simulação, criar situações possíveis de serem
vividas numa entrevista.Por fim deve-se ouvir a gravação com os alunos e apontado os
problemas.
7ª Intervenção
- Realização da
entrevista - 1 aula
No dia da realização da entrevista deverá ser verificado se cada
grupo está com os instrumentos necessários para a realização da entrevista: gravador,
maquina de fotografia, filmadora pilhas extra, lápis ou caneta e papel,
prancheta ou caderno para anotar, roteiro da entrevista.
8ª Intervenção
- Avaliação da entrevista – 1 aula
Na primeira aula após a realização da entrevista será realizada
uma apresentação em sala de aula para que todos possam manifestar suas
impressões e falar sobre o que acharam da entrevista. Cabe aqui também levantar
as falhas que possam ter ocorrido na realização da entrevista e relatar porque
elas ocorreram. Aqui vale destacar que uma boa entrevista depende da capacidade
de interação do entrevistador com o entrevistado e de seu conhecimento sobre o
assunto.
9ª Intervenção
- Apresentação das entrevistas– 2 aulas
Os vídeos com as entrevistas
deverão ser apresentados em horários previstos em telão, e na rádio da escola
se esta já estiver montada por ocasião da conclusão dos trabalhos. Serão também
transcritas para fazer parte do dossiê da atividade. As cópias das fitas gravadas e o dossiê farão parte do acervo da
biblioteca da escola.
6.Referências
DOLZ,
Joaquim e SCHNEUWLY, Bernard (orgs.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas.
Mercado de Letras, 2004.
LOPES-ROSSI,
Maria Aparecida Garcia (org.). Gêneros discursivos noensino de leitura e
produção de textos. Taubaté-SP: Cabral Editora e Livraria
Universitária, 2002.
MARCUSCHI,
Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo:
Cortez, 2003.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: Gêneros
Textuais: reflexões e ensino. Acei
Mário Karwoski, Beatriz Gaydeczka, Karim Siebeneicher Brito (orgs.). 2.ed. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2006.
MEURER,
José Luiz, Désirée Motta-Roth (orgs.). Gêneros textuais e práticas
discursivas: subsídios para o ensino da linguagem. Bauru, São Paulo:
EDUSC, 2002.
PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS: Língua Portuguesa – terceiro e quarto ciclos. Secretaria de Educação
Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998.
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